quinta-feira, 2 de novembro de 2017

CARONTE

por Emanuel Medeiros Vieira
(...) “A todo momento/alguém virá pó/Se vira pó pó/Em um mundo de cupim,/Vira pó pó/O pé da mesa/E o dono da mesa/Vira pó só/Tanto faz se é bom ou é ruim/Dá cupim/Vira pó só” (...) (Karina Buhr, “Vira Pó”)

Então: iremos
Quando?
Não sabemos
Fúteis, sábios, deslumbrados – iremos


Caronte – o barqueiro do Hades – me leva no seu barco
nas águas do rio Estige
Importa?
Restará o oblívio – não só


E a lembrança do sol de uma infância
o menino e o seu boné
o velho e o seu destino

Serenado
Inelutável chamamento


Está feito
Pó.

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