sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Título de eleitor


   Por Jaison Barreto

   Acabo de assistir o Jornal da Band, onde o Boechat resolveu reclamar contra o voto obrigatório.

   Essa tese pipoca aqui e acolá em editoriais de jornais responsáveis, pela boca de professores, cientistas políticos, deputados, senadores, como matéria importante de uma pretensa reforma política.

   Basta ler qualquer informativo nos jornais, para se perceber que essa obrigatoriedade quase não existe, pela facilidade com que se pode fugir desse direito-dever que implica, inclusive, em ridícula multa de cinco, dez reais.

   Essa não obrigação, seria um chamado “direito-burro” que a nada leva, a nada conduz. Coisas deste tipo é que me levam a afirmar, que o país precisa ser “exorcizado”. Essa parte da elite pensante do país só pode estar sob o domínio do chamado “Lúciofer”.

   Exorcizar é preciso!

   Para refrescar, é bom lembrar que os equinos, os bovinos, os suínos, etc., até os galináceos, hoje, têm carteira de identidade (chip).

   Título de eleitor, só cidadão tem! Foi uma dura luta conseguir o direito de voto, para as mulheres e também para os analfabetos.

   Cidadania implica em consciência social, noção de coletivo, responsabilidade social, solidariedade.

   Isto nos distingue das outras espécies. Não existem direitos sem deveres.

   Sustentarmos uma Justiça Eleitoral, mobilizarmos quase dois milhões de pessoas entre mesários, fiscais, etc., urnas eletrônicas, biométricas e locais apropriados neste imenso país-continente, postos a disposição do malandro Nem Nem, da TPM da mal-humorada, do filhinho de papai preguiçoso, do ressacado festeiro, do irresponsável riquinho, e tantos outros exemplos, não me parece inteligente ou consequente.

   Construir uma nação respeitável, civilizada, ainda plena de desigualdades, de privilégios e injustiças exigem chamamentos à princípios que são os pilares da vida em sociedade.

   Com tantas coisas boas lá fora, adquiridas numa longa história de desacertos, infortúnios, guerras, desastres querem importar exatamente o voto facultativo?

   São outros povos, outras realidades, outras culturas, outros estágios.

   Ouso dizer que poderia até parecer na “teoria conspiratória”, que se trata de um desserviço à construção da democracia brasileira. Só beneficia e privilegia os espertos e os usuários do poder.

   A obrigação de escolher, opinar, discutir, decidir, participar, discordar, definir é o que se tenta didaticamente, incutir na formação de cada brasileiro. Mistificar, iludir, induzir desavisados a omitir-se de cumprir com os deveres mais elementares da cidadania, não me parece correto.

   Como reclamar, questionar, exigir, cobrar depois, com essa visão escapista de alienado?

   Duvido que um pequeno empreendedor, um médio, pequeno ou grande empresário, um profissional liberal, um professor, um banqueiro, um alfabetizado vá simplesmente lavar as mãos, enquanto o mundo se desmorona, sucumbe na violência, na injustiça, no terrorismo, na barbárie.

   Vamos votar, gente!

   De preferência, não em ladrão, em despreparado, em demagogo, ilusionistas.

   Não passe a régua. Ainda tem gente decente por aí!

   Saudações obrigatórias!

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