sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Uma campanha plebiscitária em 2014


Por Eduardo Guerini
   Em seu palacete, no meio fio urbano
 de alguma cidade brasileira, assistindo
 as reuniões dos caciques para enganar
 eleitores incautos e afáveis. 

   A última rodada de pesquisas de intenção de voto é um grande teste para se verificar o nível de percepção do eleitorado com relação aos governantes estaduais e ao Governo Federal.
   A atenção renovada pela onda de manifestos e reclames da maioria da população diante da precariedade dos serviços públicos ofertados, demonstra que teremos uma campanha que será plebiscitária na esfera majoritária e de renovação na esfera proporcional. Não se trata de uma grosseira indução sem fundamento. A constatação que muitas surpresas no atual caminho serão visíveis na composição das alianças estaduais e no plano federal são evidentes pela sucessiva movimentação no Planalto Central e nas agremiações políticas consorciados no governo.
   O desespero de alguns governistas de plantão, com o aval de analistas “chapa branca” e jornalistas afáveis ao enredo cúmplice das verbas publicitárias governamentais e beneplácitos escusos (em tom lulo-petista, suscetíveis ao malfeito) é uma marca categórica que vale tudo para se manter no poder, inclusive, rasgar cartas programáticas e discursos políticos anteriores (não que sejam envelhecidos). Tudo em prol do pragmatismo e oportunismo político.
   Na ampliação do horizonte oposicionista, o enredo está sendo orquestrado por egressos do consorcio governistas e antigos militantes do petismo, proporcionando um debate que atacará os pilares do fundamentalismo de mercado e destronará as velhas utopias dos convertidos a lógica econômica. O caso da privatização (ou partilha) do pré-sal é um bom exemplo de como o lulo-petismo sequestrou o discurso e a prática do tucanato, sem qualquer honraria.
   Neste flanar de discursos, acordos de bastidores, conchavos palacianos e mundanos, a eleição presidencial e nos Estados carregará implicitamente um tom plebiscitário perigoso.    O caso da propaganda eleitoral do PT é a prova cabal que o governo apostou todas as fichas nas suas realizações, mesmo que seja uma peça publicitária esteticamente construída no laboratório do "marqueteiro de pirlimpimpim" do Planalto Central. O realismo fantástico do marketing eleitoral é maravilhoso, a realidade é uma desgraça.
   O problema é: quando apostamos todas as fichas no cassino eleitoral que se transformou o processo de escolha representativa e de governantes, muitas vezes somos surpreendidos pelo acaso de um eleitorado volátil e frugal , dada a inconsistência ideológica das agremiações políticas e a crise de representatividade observada nos tempos atuais. Talvez o petismo perca a oportunidade de dar boas explicações para sua catequização à “velha política” e seu constante abraço aos caciques que outrora criticava.
   Os atuais inquilinos no Poder Central e nos Estados poderão sofrer uma derrota fruto da estratégia plebiscitária que tem dado, com um tom incipiente na antecipada campanha em curso. Triste fim de um cenário eleitoral cada vez mais medíocre.

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