domingo, 23 de janeiro de 2011

O ABRAÇO DE FAUSTO WOLFF

Por Olsen Jr.
A vida tem os seus encontros e desencontros; sua espontaneidade, coincidências, acasos e surpresas, inúmeras situações que a torna verdadeiramente suportável. Normalmente os fatos se dão quando você não os espera, não planeja, então parece que os Deuses conspiram para viabilizar momentos especiais.
As pessoas que convivem comigo sabem do grande apreço e da amizade que me ligava ao escritor Fausto Wolff (gaúcho de Santo Ângelo) um dos fundadores do semanário “Pasquim” e um dos jornalistas que melhor sabia escrever que este Brasil já abrigou. Por conta da estratocracia brasileira, esteve exilado em diversos países: na Dinamarca teve uma filha chamada Sandra Liberty a quem dedicou o livro “Sandra na Terra do Antes” quando foi comparado a Hans-Christian Andersen; na Grécia, na Itália onde lecionou literatura latino-americana. Por conta de suas andanças aprendeu a falar espanhol, inglês, dinamarquês, grego, italiano. A impressão que se tinha é a de que ele falava qualquer idioma, com o texto também mantinha essa empatia universal que caracteriza os escritores de grande talento.
Quinta-feira (19/01) estava na Kibelândia, tomando cerveja acompanhada de uma cachaçinha com butiá (bem tropical isso) pondo a prosa da semana e outras em dia quando o jornalista Sérgio Rubim resolve fazer o balanço de sua conta e vai até o balcão. Um rapaz que estava próximo quando ouviu “fecha a do Canga” indagou “é o Cangablog?” 
-Sim, responde o Sérgio... “Gosto muito do teu Blog e até já fiz um comentário que foi postado lá, uma pichação na parede da Câmara de Vereadores e que transcrevi e também gosto das crônicas do Olsen Jr., aliás eu já tinha lido o romance “Estranhos no Paraíso” dele e que foi prefaciado pelo Fausto Wolff e cheguei a escrever para o Fausto e ele gentilmente me respondeu além de agradecer o contato e os elogios ao seu trabalho, afirmou que se eu encontrasse o Olsen era para dar um grande abraço nele porque era um homem bom e um grande escritor.
O Sérgio ouviu atentamente e disse “tem alguém sentado ali fora e você vai comigo dizer  exatamente o que acaba de me dizer para ele”.
Estávamos sentados às mesas na calçada, mais de 15 pessoas, jornalistas, artistas plásticos, professores, interessados em literatura, os habitues, tinha acabado de chover e era agradável beber ali fora.
“Está aí o Olsen” afirma o Sérgio para o Abel Rocha – depois de contar toda a história para a turma – pode dar o abraço que o Fausto Woff mandou. Fotografa essa disse Ligia, uma amiga antecipando o momento. Foi um longo abraço, não fosse a minha herança nórdica, acredito que derramaria algumas lágrimas sabendo que o bom e velho Fausto tinha morrido em 05 de setembro de 2008. Mas como se sabe, os vikings não choram em público, mas agora aqui sozinho, nada me impede!


Luiz C. Schneider deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O ABRAÇO DE FAUSTO WOLFF": Canga, Olsen & Cia... Fausto Wolff foi rescucitado. Que bom. Pensei que os pensantes não pensavam mais nele. Ah, lembrei de Natanael Jebão, impagável. Que falta faz seu texto irônico, objetivo, crítico e ridicularizador. Sim, Fausto sabia ridicularizar com elegância. Faz falta. Sinto falta. Falta para nós. Falta ainda mais para o Brasil. Saudades..
Luiz C, Schneider 



Lila deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O ABRAÇO DE FAUSTO WOLFF":
Nossa! “Sandra na Terra do Antes” foi um dos meus livros preferidos quando eu era criança. Quando Fausto Wolff morreu, um amigo de infância que também lera o livro me ligou, chateado, perguntando se eu tinha visto a notícia. Foi como se, naquele dia, a infância tivesse ficado muito mais distante que nunca...

3 comentários:

  1. Nossa! “Sandra na Terra do Antes” foi um dos meus livros preferidos quando eu era criança. Quando Fausto Wolff morreu, um amigo de infância que também lera o livro me ligou, chateado, perguntando se eu tinha visto a notícia. Foi como se, naquele dia, a infância tivesse ficado muito mais distante que nunca...

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  2. Canga, Olsen & Cia... Fausto Wolff foi rescucitado. Que bom. Pensei que os pensantes não pensavam mais nele. Ah, lembrei de Natanael Jebão, impagável. Que falta faz seu texto irônico, objetivo, crítico e ridicularizador. Sim, Fausto sabia ridicularizar com elegância. Faz falta. Sinto falta. Falta para nós. Falta ainda mais para o Brasil. Saudades..
    Luiz C, Schneider

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  3. Eu não conheci o Fausto, nem o Olsen.

    Mas conheço esse Abel Rocha, e já me dou por satisfeito...

    Tudo gente boa de primeira qualidade!!!

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