quarta-feira, 4 de agosto de 2010

NÓ QUE NÃO SE DESATA


Por Janer Cristaldo

Mas Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Pela manhã cedo voltou ao templo, e todo o povo vinha ter com ele; e Jesus, sentando-se o ensinava. Então os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; e pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Ora, Moisés nos ordena na lei que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
Isto diziam eles, tentando-o, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo. Mas, como insistissem em perguntar-lhe, ergueu-se e disse- lhes: Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.
Quando ouviram isto foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, até os últimos; ficou só Jesus, e a mulher ali em pé. Então, erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém senão a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
Respondeu ela: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais. (João 8)


Imprensa e oposição estão cobrando do Supremo Apedeuta uma atitude mais firme no caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani, viúva condenada à morte por lapidação no Irã por ter cometido adultério. Longe de mim defender tão abominável personagem. Mas, cá entre nós, que tem a ver o presidente do Brasil com um apedrejamento no Irã? Se algo tivesse a ver, teria de passar boa parte do ano enviando mensagens de protesto a Teerã, afinal muitas outras mulheres – e também homens – já foram lapidados naquelas plagas, sem que o Brasil desse um pio. E não só no Irã, como em outros países muçulmanos.

Se o presidente brasileiro tem obrigação de manifestar seu protesto, por que não a teriam Obama, Sarkozy, Merkel, Zapatero e tanto outros? Mais ainda: por que protestar contra a lapidação de uma – uma só – mulher? Amanhã, outras serão condenadas a esta morte infame. A condenação deveria ser feita ao Estado iraniano, não pela lapidação de Sakineh, mas por admitir em sua legislação esta prática bárbara. Leia mais. Beba na fonte.

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