segunda-feira, 9 de agosto de 2010

DO FILHOTISMO À “MULHER PÊRA”


Por Edison da Silva Jardim Filho

Nestas eleições gerais, a corda da espinafração do sistema de representação brasileiro foi esticada a limites inimagináveis.

A política catarinense já estava orgulhosa dos filhos do ex-governador Jorge Bornhausen e do ex-deputado estadual César Souza, e das mulheres do atual presidente da Casan, Walmor de Lucca, e do ex-prefeito de Blumenau, Décio de Lima. Sem falar na democrática família pepista: não há, nunca houve e não haverá outra opção para governador do Estado ou prefeito de Florianópolis, além de Esperidião Amin ou Angela Amin. Acredito que o filho do casal Amin, João, vereador em Florianópolis, não saiu candidato a deputado estadual, dobrando com o pai a deputado federal, não porque lhes fosse constrangedor o fato, diante dos seus correligionários políticos ou eleitores, mas, sim, porque seria óbvio demais! A ausência do filho na chapa acabou se constituindo num ato de altivez da família Amin...

Mas há uma novidade nessa área (os tambores rufam): as mulheres- atuais ou ex- dos prefeitos dos três municípios mais importantes da região da Grande Florianópolis, são candidatas. Rose Berger, do prefeito de Florianópolis, Dário, e Dirce Heiderscheidt, do prefeito de Palhoça, Ronério, ambas à deputada estadual. Adriana Berger, mulher do prefeito de São José, Djalma, é a primeira suplente do candidato a senador, Cláudio Vignatti.

Há o grupo - este, esmagadoramente majoritário- dos mandatos que são renovados à cada eleição, até que os seus detentores, depois de um tempo tão longo que dá para a população pressentir o quão torturante deve ser o arrastar-se da eternidade, sejam, enfim, catapultados para além dos umbrais dos infernos. São os tais dos políticos profissionais... Fazem da política uma profissão, quando o bom senso e a lógica “berram” que ela deva se constituir, pela sua natureza, somente numa fase de contribuição, que todo o cidadão, com méritos intelectuais e pessoais, tem o direito de querer dar para o aprimoramento da sociedade e do meio social em que vive.

É impossível que esse tipo peculiar da política brasileira não sinta que a vela já apagou faz tempo, e continue caminhando, modorrentamente, como se seguisse uma procissão infinda de Nosso Senhor dos Passos, a mais tradicional de Florianópolis. Eu não vou citar, como exemplos dessa categoria execrável, todos os que leio nas listas de candidatos às eleições de outubro. Mas pinço um único nome, que me parece bastante representativo do grupo: o suplente de deputado estadual, Edison Andrino. Na eleição de 1.985 para prefeito de Florianópolis, sagrou-se vitorioso com 54.592 votos, ou seja, 46,8% dos sufrágios. À época, não existiam ainda os institutos do segundo turno e da reeleição. Ele perdeu as eleições municipais seguintes, de 1.992 e 1.996. Na eleição de 1.996, recebeu 35.902 votos, ou seja, 20,5% dos sufrágios. De 1.985 a 1.996, transcorreram-se, como visto, onze anos, tendo aumentado o eleitorado, mas ele diminuiu a votação em 18.690 votos. Há algumas eleições para deputado, não consegue se eleger, assumindo o mandato na condição de suplente, após as nomeações dos titulares para secretarias no governo estadual. Os políticos profissionais passam a ser sombras trôpegas do seu passado, pois perdem o viço, a flama, a leveza, a vibração, numa atividade que deve ser sempre movida pelo idealismo e pela renovação, mesmo quando se é notoriamente medíocre. Fortalece essa minha impressão o fato, recente, de o suplente de deputado estadual, Edison Andrino, ter lançado a ideia e assumido a coordenação da frente parlamentar de apoio à construção do estaleiro da empresa OSX em Biguaçu.

Uma terceira categoria de candidatos vem despontando já há algumas eleições, mas atingiu o seu clímax nesta: a das celebridades, muitas delas devedoras de pensões alimentícias. O pagodeiro Netinho e o cantor e humorista, Moacir Franco, são candidatos- pasmem!- ao Senado Federal pelo Estado que é a locomotiva da federação: São Paulo. O pagodeiro Waguinho é candidato a senador pelo Rio de Janeiro. Os tetra campeões de futebol, Romário e Bebeto, são candidatos também no Rio de Janeiro: o primeiro, a deputado federal, e o segundo, a deputado estadual. Até a “Mulher Pêra”- Suellem Aline Mendes da Silva-, é candidata à deputada federal em São Paulo...

A política brasileira virou, mesmo, um escracho só!
João Frederico H. Leite deixou um novo comentário sobre a sua postagem "DO FILHOTISMO À “MULHER PÊRA”": Não entendi a relação com a familia Amin. O que importa é a qualidade do trabalho realizado, Esperidião é disparado o maior politico em atividade em SC, Angela foi exemplo de administração municipal no Brasil, e o filho vem fazendo um grande trabalho em defesa dos moradores da capital do estado. O que não pode continuar é com CABIDES, ROLOS e tantas $$$OBRAS$$; que vem aniquilando com o nosso estado. Para exemplificar, neste final de semana o FANTASTICO, nos mostrou o trabalho dos componentes da TRIPA. Torço para que a ANGELA seja eleita governadora, para que o nosoo estado retorne a NORMALIDADE.
João Frederico H. Leite - Urussanga

Um comentário:

  1. João Frederico H. Leite09 agosto, 2010 14:15

    Não entendi a relação com a familia
    Amin. O que importa é a qualidade do trabalho realizado, Esperidião é
    disparado o maior politico em atividade em SC, Angela foi exemplo
    de administração municipal no Brasil, e o filho vem fazendo um grande trabalho em defesa dos moradores da capital do estado. O que não pode continuar é com CABIDES, ROLOS e tantas $$$OBRAS$$;
    que vem aniquilando com o nosso estado. Para exemplificar, neste final de semana o FANTASTICO, nos
    mostrou o trabalho dos componentes
    da TRIPA. Torço para que a ANGELA
    seja eleita governadora, para que o nosoo estado retorne a NORMALIDADE.
    João Frederico H. Leite - Urussanga

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