domingo, 20 de julho de 2014

Modorra Eleitoral, Debates Políticos e Vazio Programático

   Por Eduardo Guerini
Na triste sina de acompanhar debates
arruinados pela ausência de propostas factíveis.
No preparo de manual de boa conduta para eleitores
enojados pela espiral de cinismo político dos postulantes.


   A sociedade brasileira desencantada com o desempenho de sua seleção de futebol na Copa de 2014, resultante de falta de disciplina e trabalho, mas, com excessiva propaganda enganosa de cartolas, técnicos e jogadores se defrontam com novo embate, agora no campo político.

  O jogo político em disputa segue o mesmo ritual de campanhas anteriores, esquecendo ou subestimando o grau de desconfiança e indignação dos cidadãos com seus representantes e governantes. A história da eleição de 2014 começou tão mal quanto à seleção brasileira de futebol, como diria aquele especialista e fiel torcedor – falta base!!!

   Não basta marketing político, jogos de cena, flashes e auxílio de parcela da mídia monopólica. Na maioria dos casos, colunistas e comentaristas políticos locais e nacionais, em grande parte subservientes, institutos de pesquisas vendendo mercadorias que não tem conteúdo, repercutindo a máxima rodrigueana, uma “idiotia da objetividade” política. Exaustivamente, candidatos e coligações alimentam seus projetos de poder, com programas superficiais sobre os principais temas que atingem parcela significativa da população.

   Não sejamos tolos, comentaristas políticos são pautados pelos “donos da voz”, editorais são construídos para atender as polpudas verbas que foram ou serão distribuídas pelo maior acionista da mídia nacional – o governo e seus governantes.

   Para entender o debate político engessado, não é necessário mais que um bloco, em três minutos, alguns candidatos sorteados respondem as perguntas dos especialistas em temas que vão de sustentabilidade as contas públicas. Os jornalistas escalados são experts na generalização da fanfarra midiática orquestrada por uma ligação promíscua entre publicitários e partidos políticos com seus financiadores (que serão os saqueadores posteriormente), determinando o aprisionamento de todos os candidatos na fórmula mágica- não aprofundar nenhum tema, elevando a desinformação o eleitor.

   Na modorra eleitoral criada, os debates políticos são inócuos, desprezíveis – com um ou dois candidatos que tentam radicalizar, rapidamente cortados pelas regras previamente acertadas na coxia dos estúdios.

   Neste contexto, a espiral de cinismo e superficialidade potencializa o afastamento do cidadão no acompanhamento do processo eleitoral, facilitando o trabalho dos marqueteiros na criação de imagens vistosas de uma realidade fantasiosa. Afinal, o indignado e desencantado cidadão catarinense e brasileiro está exigindo mais do que a “classe política” pode dar!!! Como estão intere$ados em receber, a lógica dos debates e dos programas deverá ser realçada por algum efeito especial.

   No vazio politico e programático – a indignação e revolta do cidadão/eleitor poderá contrariar aquele vaticínio do palhaço-deputado Tiririca “Pior do que tá, não fica”. Considerando, os debates, entrevistas-solo, comícios de lançamento de candidatos, o modelo ficará muito pior do que a vã filosofia política possa acreditar.

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