sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Temporada de veraneio e corrida pré-eleitoral


   Por Eduardo Guerini

Na fastidiosa condição de prospectar
 pesquisas de opinião pública em tempo
 de veraneio e troca-troca partidário.

   A republiqueta das bananas continua sua corrida para os preparativos do verão, mal começando a primavera, nossos habitués tupiniquins planejam a condição vacante se aconchegando em alguma praia, mesmo que em condições impróprias de banho, para se refestelar e flambar ao sol.
   Tal como nossos ambiciosos corpos que desejam mostrar aquilo que não são – esculturais e bronzeados. A cidadania brasileira invernou, esta mais pálida, seja pela impunidade que grassa em todos os rincões do “gigante novamente adormecido”, seja pelo potencial explosivo de casos de corrupção na esfera pública, parte menos suscetível aos controles da sociedade.
   E no limiar primaveril, o surgimento de mais agremiações para a falta de representatividade dos grupos políticos que disputam avidamente nacos de poder e os negócios decorrentes das grandes obras para os festejos de 2014 (Copa do Mundo), e, Olimpíadas (Rio 2016). Neste equinócio de primavera, tudo é uma questão do ponto onde se recebe a iluminação.
   Todo movimento de junho de 2013 foi esquecido ou soterrado pela espiral de cinismo que mantém um sistema partidário viciado, degenerado e corrompido na “terra brasilis”. Ainda restam alguns minutos para entrada de um novo partido em ebulição – seja pelo interesse de um cacique ou pelo jogo da reeleição – todos os interesses republicanos sucumbem por um “cargo” ou “algumas moedas”. Nada de representação política, é pura representação teatral no universo partidário.
   No movimento pré-eleitoral , partidos e candidatos se organizam para receber a maior fatia da iluminação midiática , exposição necessária para que os desejos de grupos e agremiações sejam promissores. Afinal, o Estado brasileiro tem sido o melhor local para a ascensão social, garantindo uma carreira promissora e duradoura – as biografias dos caciques políticos que comandam o cenário político nacional são exemplos cabais . 
   Assim, de pesquisa de opinião a pesquisa de intenção , a questão são minutos e valores para o negócio eleitoral, os partidos são caudatários de grandes embalagens sem conteúdo ou programa, cada qual “vale o quanto pesa”, daí a acirrada disputa por mandatos e candidatos. 
   A máquina eleitoral não para de calcular, os lucros são decididos no balcão de negócios das casas legislativas e dos cargos a serem distribuídos. E o eleitor? Esse pobre vivente se contente em receber algum benefício temporário - participar com seu dedo indicador na urna eletrônica...

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