terça-feira, 17 de abril de 2012

ÁLVARO SOARES DA VENTURA – O COMUNISTA

Por Maura Soares*

Na juventude    Álvaro Soares da Ventura, ou Álvaro Ventura, nasceu em setembro de 1893 e foi o sexto filho do casal Bernardino e Jesuína, num total de 12 filhos registrados, mas que pela tradição oral familiar teriam sido 21. Alguns morreram de tifo, outros de varíola. Quase todos foram marítimos ou estivadores.
    Álvaro teve várias profissões, sempre usando a força de seus braços. Foi tropeiro, aprendeu a manejar laços, montar e a conduzir gado, tendo trabalhado levando mercadorias e gado pelas estradas catarinenses.
    Depois de certo tempo foi para São Paulo. A vida era dura e Álvaro se integrou ao movimento anarquista, tendo aprendido diversos ofícios tais como carpinteiro, marceneiro, pedreiro, alfaiate, padeiro, encanador, latoeiro e outros.
    Estas habilidades aprendidas na prática, pode-se verificar em seus descendentes, pois seus sobrinhos-netos também têm propensões para eletricistas, encanadores etc. Seu sobrinho João Auta Soares, filho de Luiz – o Duca – tinha a habilidade com canivete em fazer pequenos entalhes em madeira, esculpindo figuras.
    Como se vê, embora não tendo feito cursos específicos, o sentido do saber na prática passa de uma para outra geração.
    Podemos dizer que dos SOARES DA VENTURA até a primeira década do século 20 e durante mais de 40 anos, Álvaro foi o único que se destacou nas lides político-partidárias, embora seu pai já tivesse encabeçado movimentos para a melhoria social.

A família de Álvaro    Eliza
    Sua militância começou em 1914, em São Paulo, junto com anarquistas, mas já quatro anos antes liderava em Florianópolis.
    Em 1910, em Florianópolis, Ventura teve envolvimento com a polícia. Seu discurso na Praça Fernando Machado reivindicando oito horas de trabalho, incomodou as autoridades e ele foi detido.
    Com o advento da 1ª. Guerra Mundial começaram em 1917 e 1918 a pipocar greves em São Paulo e o movimento trabalhista invocava os lemas “abaixo a guerra” e “abaixo o derramamento de sangue”. Álvaro teve contato com os principais líderes, todos anarquistas ou socialistas pré-marxistas, como Edgard Leuenroth, Everardo Dias, Benjamin Mota, José Oiticica e Astrogildo Pereira.
    Álvaro também teve participação em greves tais como a dos padeiros em São Paulo, tendo sido penalizado com sua deportação para Mato Grosso. Lá ele trabalhou numa fazenda da Companhia Mate-Laranjeira, que iniciava a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.
    Nessa época conheceu aquela com quem iria se casar. Eliza Arseno Espíndola era casada com um músico do Exército que estava desaparecido e ela o foi procurar onde Álvaro estava, em Mato Grosso. Eliza tinha duas filhas Nair e Aída. A história não conta se o músico foi encontrado ou não, só que Álvaro casou com Eliza no início dos anos 20, em Florianópolis e João, seu único filho com Álvaro, nasceu em 1926.
    Sua vida foi marcada por encontros e desencontros com o partido comunista. Leia a história completa. Beba na fonte.

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