sexta-feira, 9 de março de 2012

A Rodada de Cabeçudas

Escutei hoje na rádio CBN que finalmente será construída a nova penitenciária estadual em Imaruí. Escutei também que o governador Raimundo Colombo teria dito que ainda não sabe o que fará com o valiosíssimo terreno onde está a atual penitenciária entre os bairros Trindade e Agronômica.
Como Colombo já havia afirmado publicamente que ali construiria um hospital público, acho oportuna a republicação deste artigo:

    A Organização Mundial do Comércio – OMC elege lugares no planeta para sediar negociações comerciais de interesse da humanidade. Foi assim na rodada de Doha, na rodada do Uruguai ou Marrakesh.

    Mudando de assunto como quem muda de país, o jornal DC, edição de Domingo, dia 17 de Julho de 2011, publica em sua coluna Informe Político, foto de Promotor César Grubba, Secretário da Segurança Pública e o Conselheiro do BRDE, Paulo Konder Bornhausen.

     A questão da transferência da penitenciária estadual, ali entre a Trindade e a Agronômica, vem desde a época do governo de Heriberto Hulse, 1958, época em que o conselheiro fora incumbido pelo governador da solução para o problema.

    Portanto, rodadas de negócios são lentas e têm objetivos de curto, médio e longo prazo. Sabe-se que a área objeto das discussões tem grande valor imobiliário, como quase toda terra na Ilha.
    Disse o Governador Colombo que iria construir um hospital no local. O que quer que seja construído deverá ser uma obra vultosa. As construtoras estão de olho na oportunidade. As pioneiras da costa catarinense vão se habilitar?
    A mídia catarinense, um monopólio duplo, se é que existe tal possibilidade, prepara o público para o grande espetáculo: “O incêndio na cadeia” cujos ingressos são custeados por todos os contribuintes.

    A foto é apenas uma manifestação do funcionamento da república de Cabeçudas, concebida na década de 50, por alguns descendentes de alemães do Vale do Itajaí, que se consolida na política catarinense através do Banco da Indústria e Comércio S/A, depois vendido para o Bradesco, em 1968, em pleno regime militar.
    A república teve seu primeiro governador, Irineu Bornhausen, no período 1951-56 e depois senador da República no período 1959-67.

    Quando Celso Ramos venceu as eleições estaduais em 1960 seu slogan de campanha era: Ao invés de um estado para um banco, faremos um banco para o estado. Assim nasceu o BESC -Banco do Estado de Santa Catarina.
    Em 1967 Jorge Bornhausen assume o cargo de vice-governador, substituindo Francisco Dall ‘ Igna, cassado pelo regime militar. Para tanto se fez uma emenda constitucional para beneficiá-lo em razão da idade mínima, 35 anos.

    Em 1979, indicado por Geisel, ele assume o governo estadual. Faz seu sucessor Esperidião Amin em 1982 elegendo-se senador, apoia Paulo Afonso no segundo turno das eleições de 1994. Em 1998 faz nova aliança com Amin e elegem-se governador e senador, respectivamente, pela segunda vez.
    Apoia Amin ao governo em 2002 e perdem ambos. Apoia LHS em 2006 e faz Raimundo Colombo governador em 2010.

   Prepara o filho para a sucessão, construindo uma teia de relações e suporte na estrutura administrativa governamental.
    Política se faz com dinheiro. Nas democracias, com dinheiro e votos.

    A pergunta é: O que faz o conselheiro de um banco de desenvolvimento regional com o secretário de segurança pública estadual?

    Discutem o financiamento de algum programa de laborterapia para os presos?


Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A Rodada de Cabeçudas": Canga...está na hora de começarmos a falar da tal "Casa da Agronômica", aquele acinte aristocrático que serve como "residência oficial do governador". Ocupa dezenas de funcionários, muitos policiais militares que deveriam estar patrulhando as ruas, tem pomares, hortas etc etc. Daria um excelente campus universitário + colégio + hospital + praça+ área esportiva etc. É uma coisa completamente anacrônica, nos tempos atuais, tem uma fazenda como aquela, em área nobre da cidade, para servir apenas para o governador promover jantares e recepções para os puxa-sacos da imprensa chapa branca.  

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