terça-feira, 16 de agosto de 2011

MINHA CONTRIBUIÇÃO À DERRUBADA DO MURO

Por Janer Cristaldo
 
    Se você fala em 1917, qualquer pessoa medianamente informada associará a data à Revolução Russa. Mas se você fala em 1989, ninguém associará este ano a algum evento particular. Em palestras, várias vezes perguntei a um público universitário que havia ocorrido em Nove de Novembro de 1989. Nem alunos nem professores sabiam responder. A data, no entanto, ao lado de outubro de 1917, é uma das duas mais importantes do século. Se 1917 é o marco de uma peste que invadiu o planeta e fez cerca de cem milhões de cadáveres, 1989 marca o momento em que a tirania desmorona.


    Já não lembro quando estive pela primeira vez em Berlim. Terá sido no final dos 70. O muro parecia uma fronteira erguida para a eternidade e ninguém sonhava, naqueles anos, que um dia pudesse ser demolido. Berlim Ocidental era uma ilha de prosperidade em pleno deserto socialista. Você embarcava em alguma cidade fronteiriça da Alemanha Ocidental e no trem já sentia o cheiro do socialismo. Trens vagabundos, policiais carrancudos acompanhados por cães também policiais, um tratamento hostil dos passageiros, mais ou menos do tipo “o que você veio fazer aqui?”


    Ao desembarcar na Berlim Ocidental, a volta ao conforto e bem-estar. A cidade era rica e privilegiada. Funcionava como uma vitrine do capitalismo em meio ao inferno socialista. O Senado berlinense proporcionava uma série de subsídios a quem lá vivia, para manter habitada a vitrine. Era uma das cidades mais confortáveis e baratas da Europa. A amiga que me recebia vivia em um belo apartamento de quatro quartos, cujo aluguel era a metade do que eu pagava em Paris por um quarto-e-sala. 

Leia o artigo completo. Beba na fonte.

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