quarta-feira, 30 de março de 2011

PANTA REI!

Por Janer Cristaldo

Era uma vez um leitor de CD. Pifou. Mandei consertá-lo. Saiu quase o preço de um novo. Quando pifou de novo, decidi comprar outro. Mas se ia comprar um leitor de CDs, por que não um que lesse também DVDs? Foi o que fiz. Tive o cuidado de comprar um aparelho que lesse cinco zonas, para ler DVDs da Europa e Estados Unidos pelo menos. Com cinco bandejas. Mais home theater. Vai daí que o antigo televisor, velho de 13 anos, não lia os DVDs. Troquei de televisor. Mesmo assim, o novo não lia os DVDs em cores. Tive de fazer uma gambiarra. Quanto à antiga televisão, da era do preto e branco, joguei-a no lixo. Dá-la a alguém constituiria ofensa.

Meu novo aparelho – novo no século passado – tem mais de década. Por algum tempo andei namorando esses novos televisores, de 32 e mais polegadas. Muito caros. Sem falar que pouco assisto TV. Serviria mais para minhas óperas. Mas o DVD já era, estamos entrando na época do blu-ray. Em minhas prateleiras ainda tenho algumas peças de museu, os bolachões e fitas K-7. Já tive aqueles rolos de fita enormes, dos antigos gravadores. Tive também, é claro, um daqueles gravadores antigos, que pesavam cerca de dez quilos. Algumas dessas mídias, pelo valor que tinham, passei-as para CD. É o caso de um Martín Fierro, recitado ao violão por um payador do qual não tenho hoje nem o nome.

Também passei para CD um bolachão editado na França, Chants revolutionnaires de Cuba, que trouxe escondido para o Brasil nos dias da ditadura. Adelante, heróica guerrilla! Guerrillero, adelante, adelante! Juventud, juventud cubaaaana, unidos por un mismo ideal. Viva Cuba, soberaaaana! Viva el pueblo, en libeeeertad! Cuba sí, Cuba sí, Cuba si, yankee no! Remember Playa Girón! Los yanques con sus armas, a Cuba quieren invadir! Etc, etc, etc.

Arrisquei incomodar-me, mas o disco era um documento da época. Hoje, quando recebo algum velho comunossauro, faço uma sessão nostalgia aqui em casa. Eles o escutam com certo mal-estar. Leia o resto que está muito bom. Beba na fonte.

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