domingo, 13 de fevereiro de 2011

GULLIVER REVISITADO


Por Olsen Jr.

Conversávamos sobre (re)leituras. Um amigo, diletante, bom leitor, afirmava a propósito de inúmeros lançamentos com novas traduções, edições completas, enfim, que não encarava uma nova leitura de um livro que tivesse gostado muito quando era adolescente.
A preocupação era simples, não pretendia desfazer o encantamento causado pela primeira descoberta. Também tenho essa prevenção, mas arrisco. Algum tempo atrás reli o “Moby Dick”, do Melville, para surpresa minha, este segundo contato com a obra foi mais produtivo e
prazeroso. Agora estou namorando “Alice no País das Maravilhas”, do Lewis Carroll. Após ler a biografia do autor e também de saber que o John Lennon em uma entrevista afirmou que era o livro que “ele” gostaria de ter escrito, retomar esse texto hoje deve ser infernal.
Karl May e Edgar Rice Burroughs releio com frequência sem perder o tal encantamento ao qual o meu amigo se referiu. Neste caso porque os “heróis” destes autores (“Mão de Ferro” e “Tarzan”) tinham um forte código de ética e se pautavam por ele para definirem um comportamento.
Agora, o filme “As Viagens de Gulliver”, inspirado na obra homônima de Jonathan Swift, já pode ser visto em Florianópolis.
Uma curiosidade sobre o livro que lhe deu origem, lembro (texto in “Memórias de um Fingidor”, p. 100) “Li a obra aos nove anos como literatura infantil. Na época longe estava de supor que se tratava de  maior crítica (jamais escrita) a um sistema de governo onde, o personagem principal, depois de sair de sua terra natal e morar em um país de seres minúsculos, e posteriormente, em outro habitado por gigantes, conclui que as misérias humanas são as mesmas e o tamanho das pessoas não conta diante do mal.”
“Finalmente, após outras aventuras, descobre o país ideal, governado por cavalos. Ao atribuir valores humanos aos animais e qualidades (instintivas) mais afeitas aos macacos (nos homens), Swift desmascarava o falso conceito do homem como animal racional.
Jamais o perdoaram por isso, embora a crítica do seu tempo reconhecesse na sátira um grande amor à verdade, uma aversão à hipocrisia e um empenho em desfazer as ilusões do povo do qual fazia parte.”
Na comédia que já pode ser vista por aqui, o diretor Rob Letterman optou pelo entretenimento. O ator Jack Black está muito engraçado e o filme ficou divertido.
Outro dia encontrei num sebo o livro “Percy Wynn”, Francis Finn que conta a vida de um colegial norte-americano com nove anos... Também tinha nove anos quando o li e estava num internato em São Carlos... Well, essa emoção não recupero mais!

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