segunda-feira, 1 de março de 2010

Um texto sem a letra "A".


Andei reclamando, dias atrás, que estava sem a tecla
A do meu note book. A tecla caiu e viajei sem ter tido tempo de mandar arrumar. Para acioná-la tinha que faze-lo com força e assim mesmo falhava. Tão logo a letra A que é a que mais se usa.
Pois hoje recebi o seguinte texto de um leitor:

Um texto sem a letra "A". Isto é possível?

O PORTUGUÊS É UMA LINGUA FABULOSA

É possível sim...

Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível.

Pode dizer-se tudo, com sentido completo, como se isso fosse mero ovo de Colombo, desde que se tente. Sem se inibir, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento.

Trechos difíceis resolvem-se com sinónimos.

Observe-se bem: é certo que, em se querendo, esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo.

Brinque-se mesmo com tudo.

É um belíssimo desporto do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo sem o "P", "R" ou "F", o que quiser escolher. Podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos.

Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir.

Porém, mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos.

Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem hoje o nosso português, culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Porquê?

Cultivemos o nosso polifónico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.

Honremos o que é nosso, oh moços estudiosos, escritores e professores!

Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, púgil, de heróis e de nobres descobridores de mundos novos!

Quem escreveu isso? Deve ter sido um ilustre desconhecido.

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Sérgio Cabral faz carnaval com Dilma no Sambódromo...":
Pohha Canga, quanta má vontade. Ele apenas estava traduzindo pro Inglês (que cursou na mesma escola do Joel Santana - tchu dê léfiti endi rtchu dê ráighiti...) o discurso da candidata, que apesar do 'mestrado e do doutorado' fake não lhe foi (a ela) exigido saber inglês. Les


2 comentários:

  1. Canga,

    Grande coisa falar tudo aquilo sem o A. Os surfistas da Joaquina falam uma frase inteira usando somente vogais. E é Caso único no universo.

    Veja só:

    Ó o auê aí ô!

    Hehehe

    Abs

    Cesarlaus

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  2. Sem o "A" não tem graça!!!!!

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